ENTREVISTHA #4: CISMA

Cisma - Revistha

CISMA
Curitiba – PR

Revistha: Quando você começou a pintar na rua e o que te motivou?
Cisma: Comecei por volta de 2005. A motivação no início era a curiosidade e a diversão. Eu sempre gostei de desenhar, inventar, e também de observar e entender as coisas. Logo que eu comecei a compreender que aquilo que eu via na rua era graffiti, e depois também, conhecer um pouco do hiphop, que na época era uma novidade para mim, o interesse foi espontâneo, vi que era isso que eu queria fazer.

R: O que você acha do movimento do graffiti atualmente?
Cisma: Cada lugar tem uma história e vive um momento diferente, que vai mudando e crescendo a cada graffiti que é feito na rua. De uma forma geral, na minha concepção, a arte urbana é o movimento artístico que mais faz sentido no contexto atual, pela amplitude de técnicas, materiais, estilos, suportes, etc, no qual os artistas brasileiros têm uma grande contribuição. Em Curitiba, a mudança nas leis que abrangem o assunto, foi um estopim que levou a um momento de reflexão, tanto da parte de quem faz, como também da própria sociedade em geral. É um assunto que de tempos pra cá tem sido bastante exposto na mídia, surgindo inclusive campanhas de “limpeza visual”, e classificações e definições muitas vezes equivocadas. Acredito que é o momento de nos posicionar seja através de ações ou palavras, e mostrar que somos nós que “damos as cartas” e não o contrário.

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R: Você pinta letras e personagens também, você acha que personas tem mais tolerância na sociedade?
Essa aceitação vai muito do repertório de quem vê. As pessoas no geral tendem a se afeiçoar ao que elas compreendem. A compreensão nesse caso envolve desde a motivação, até a mensagem, e a própria estética do graffiti. No fim das contas, não dá para se preocupar muito, o que vale é fazer o que gosta e procurar o seu propósito.

R: O que o graffiti já te trouxe de bom?
Cisma: É difícil de citar, porque é muita coisa. Além da vivência, pessoas e oportunidades de conhecer outros lugares. O contato com a rua leva a um processo constante de reflexão e aprendizado sobre valores, crenças, sociedade, entre outras muitas coisas. Enfim, vai muito além do que só colocar tinta na parede.

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R: O que você acha dessa migração do graffiti para dentro das galerias de arte?
Cisma: O graffiti está ligado à atmosfera urbana, não existe graffiti em galeria. O que acontece é que artistas desse meio estão conquistando outros espaços, mas com outra proposta. Quando entra para a galeria, é só o artista e o trabalho que a rua ajudou a desenvolver, o graffiti fica lá fora. São coisas distintas, cada uma com seu valor.

R: Pelo fato de você ser uma garota, já sofreu preconceitos ou na hora do rolê os caras confundirem um rolê de pixo com uma segunda intenção?
Cisma: Acredito que muitas dessas situações são resultantes da própria cultura em que vivemos. Sabendo disso, acabamos tendo uma responsabilidade ao se posicionar. Eu entendo que respeito é um princípio básico, e que é respeitando que se é respeitado, na maior parte das vezes, funciona.

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R: Qual sua motivação para continuar pintando, já que nesse momento as multas e a repressão está grande?
Cisma: Minha motivação é fazer o que eu gosto e acredito. Ter a certeza de que a intenção não é a de prejudicar, e tinta no máximo se dissolve com tinta. Crime é matar, roubar, agir de ma fé. Graffiti é apenas mais um elemento da cidade assim como os prédios, como os carros, etc, e sempre vai haver quem esteja disposto a fazer, ainda que exista repressão, porque a expressão é um direito, e principalmente uma necessidade, e que na verdade, sem isso, a cidade ficaria muito mais sem graça.

R: Você já foi presa? E na hora da prisão você sofreu algum tipo de abuso, ou uma violência psicologica da parte da lei por ser mulher?
Cisma: Já passei por diversas situações, e é difícil avaliar se as coisas teriam sido diferentes se eu não fosse mulher. Sinceramente não conheço ninguém que faz graffiti que nunca passou por alguma situação de excesso ou abuso policial, infelizmente. Algo que eu já percebi, é que algumas pessoas agem como se por ser mulher, eu tivesse uma obrigação de ter uma determinada “conduta feminina”, não percebendo que esses padrões e estereótipos já estão ultrapassados.

R: Atualmente as garotas estão mais envolvidas com a streetart, você acha que deveria haver mais união entre elas?
A maior união é continuarmos evoluindo e sendo independentes, para que ninguém duvide da nossa capacidade, mesmo que estejamos em minoria.

R: Qual motivação você pode passar para quem está começando?
O que importa é o caminho. Boa sorte!

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8 Respostas para “ENTREVISTHA #4: CISMA

  1. po!! mas ja tem um parça que pixa “CISMA” desde 2001!! essa mina sugou o nome do cara!! ta tirando!! desde 2005 eh novata no bagulho!! sou pixador dos anos 90 e eh nos anos 90 que tudo começou!! ta enganada filhona!! sugar nome eh feio p karaio!!

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  2. Cada um coloca no muro oque quer !! ele pixa CISMA ela graffita, ta de cara poque a mina manja melhor que vc né

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  3. 98 EU JÁ TINHA UNS TAG ERN NEM FALO NADA NÉ MEU PARÇA SÓ OBSERVO ”CISMATICO” O UNICO VERDADEIRO E ORIGINAL NÃO PAGUE PAU……KKKKKKKKKKKKKK

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  4. orra, sem querer desmerecer e pa, a mina manda bem pra caralho, mas nao tem essa de q pode copia o vulgo porqe um é pixo e otro bonb, cisma de verdade pra mim é AFC e os bafos que se incomodem, é msm coisa q eu comeca a manda um bomb CREL e fala q nao da nada porque o mano so faz reto.

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  5. ué q eu saiba o verdadeiro CISMA eh o do AFC, mas ai sem desmerecer a mina manda muito e o cisma tb unidos somos invenciveis!!! paz.

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